O Teste de Bechdel

Uma da coisas que ainda não consigo compreender quando se fala de cinema, é a falta de mulheres protagonistas em filmes. Especialmente, mulheres protagonistas em que o enredo da sua vida não passe por procurar um homem. É por isso que desde que li um artigo do The Guardian a exemplificar o que era o teste de Bechdel e como a Suécia tinha passado a utilizar esta avaliação, que gosto de ler artigos sobre este assunto. Como consumidora de filmes (bons e maus) e especialmente defensora de filmes em que a mulher é a protagonista, foi com algum espanto que ao contrário do que os grandes produtores de Hollywood pensam, afinal comprovou-se que os filmes que têm mulheres protagonistas e que respeitam os critérios de Bechdel* até conseguem ter melhores resultados monetários do que aqueles que não respeitam. Este teste nem sempre pode ser levado a sério devido às limitações dos critérios. Por exemplo, segundo os resultados o "Gravidade" não passa o teste porque a Sandra Bullock não tem uma conversa com outra mulher e o "American Hustle" passa porque a Jennifer Lawrence conversa com outra mulher sobre verniz das unhas. Mas é o único teste de igualdade de género no cinema que existe. E por isso, gosto muito de saber que filmes como o "The Hunger Games", "Frozen" e até o "Guardians of the Galaxy" passam no teste. O que é certo, é que tendo em conta os resultados das bilheteiras começasse a ver cada vez mais mulheres no cinema (apesar de às vezes serem sempre as mesmas). Mas, a meu ver, ainda falta muito caminho para percorrer até conseguirmos ver a "Black Widow" no grande ecrã ou outra super-heroína.
*Para um filme respeitar os critérios de Bechdel é necessário:
- ter pelo menos duas mulheres;
- elas, em algum ponto do filme, têm uma conversa;
- a conversa não pode ter como tema os homens.