O desaparecimento dos dez dias
Não escrevia neste blog desde dia 12. O que é estranho porque a verdade é que tinha um artigo giro para vir para aqui comentar. Mas a verdade é que o meu namorado tem andado com problemas de ansiedade. Ninguém sabe muito bem como nem porquê. Primeiro, pensámos que isto ia passar. Mas é certo que passou uma semana e nada. Depois, a mãe dele começou a pensar que podia ser da tiróide. Os exames deram negativos. E agora a resposta mais óbvia é que seja uma depressão.
Vê-lo triste e sem saber o que fazer fez-me repensar toda a nossa relação. Pensei que tinha alguém forte ao meu lado, que perante tudo o que já lhe aconteceu na vida conseguia sair por cima. Em vez disso, calha-me uma pessoa que é capaz de ficar num estado de nervos tal que não consegue conduzir.
Tenho 25 anos, tenho a sorte de ter um emprego onde me pagam a tempo e horas (apesar de pouco). Não tenho feitio sequer para lidar com depressões. Tenho para mim que há que pensar positivo e batalhar até termos o que queremos. É difícil? É. Mas tem que ser feito.
O meu namorado durante muitos anos não teve que lutar por nada. Não via os pais a lutar por uma vida melhor. Mas no entanto, sempre teve sorte na vida. Daquele tipo de sorte que irrita porque acontece sempre em momentos chave. Segundo ele, sempre que foi a uma entrevista de emprego, ficou a trabalhar. Despediu-se e conseguiu entrar no curso que ele queria praticamente sem pagar nada. Sempre foi uma pessoa optimista e divertida. E agora dá-lhe para pensar que tudo o que é mau no mundo vai acontecer. Santa Paciência!
Gosto mesmo muito dele e era incapaz de o abandonar agora. Até porque o pior já passou e as coisas estão a voltar ao normal. Mas assistir a isto tirou-me um bocado a confiança cega que tinha nele. E faz-me pensar seriamente no futuro.